O que parecia ser impossível para a idosa Lavínia Batista da Mota Flávio, de 76 anos, aconteceu e surpreendeu toda a família. A moradora de Jundiaí (SP), que tem diabetes, hipertensão e problemas cardiovasculares, foi infectada pelo coronavírus. Ficou 10 dias internada, mas conseguiu se recuperar e vencer a doença.
Ao G1, a filha dela, Maria Joana Flávio da Silva, contou que a mãe passou por cirurgia da vesícula, no ano passado. Ela ficou internada e ainda estava se recuperando, quando em abril deste ano começou a sentir tonturas e, em pouco tempo, ficou sem conseguir andar. Eram os primeiros sinais da Covid-19.
"Ela apresentou os sintomas na última semana de abril. Acabou piorando e levamos para o Pronto Atendimento (PA). O médico disse que ela estava com pneumonia. Fomos medicando e ela piorando", conta Maria Joana.
No dia 24 de abril, segundo a filha, Lavínia precisou retornar ao médico, que a classificou como suspeita de Covid-19. Em cinco dias, saiu o resultado confirmando a doença.
A idosa então foi isolada, fez uma tomografia e assinou um documento autorizando o uso de cloroquina no tratamento. Ela ficou 10 dias internada no Hospital São Vicente.
"Os médicos foram super prestativos, o tempo todo davam atualizações. No começo, ela ficou estável, mas não precisou nem ir para a UTI, nem de respirador, apenas usou o cateter para ajudar no medicamento", diz a filha.
Sem sequela
Assim que teve alta, Lavínia voltou para casa ainda sem entender o que havia acontecido. Os 10 dias de internação foram tão intensos que a família afirma que não compreendeu o risco que a idosa havia passado.
"Foi um milagre. No meio do furacão, a gente não consegue dar conta de tudo o que a gente passou. Só podemos dar glórias a Deus, porque ela sobreviveu e não teve nenhuma sequela", afirma a filha.
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As restrições na realização de velórios e enterros para evitar a propagação do vírus foram a principal preocupação da paciente durante a recuperação.
"Quando eu cheguei em casa, me dei conta que, se morresse, ninguém iria conseguir se despedir de mim", lembra Lavínia.
As outras cinco pessoas que moram com a idosa não fizeram o teste da doença. Algumas chegaram a sentir sintomas de gripe, mas não precisaram ir ao médico.
Maria Joana garantiu que eles cumprem o isolamento social, mas que alguns parentes saem de casa para trabalhar e podem ter se contaminado de forma assintomática.
"Não quero que ninguém passe o que eu passei, ninguém merece sofrer desse jeito. Deus foi muito bom para mim. Que Deus cuide de todo mundo", deseja Lavínia.