As chuvas que atingiram o sudoeste do Tocantins em fevereiro deixaram aldeias, plantações e estradas alagadas. Indígenas da etnia Krahô estão precisando usar canoas para sair de casa e se locomover.
A comunidade, que fica em Lagoa da Confusão, é o lar de 40 famílias.
As cidades da região foram atingidas pelo triplo do volume de chuvas esperado para o mês.
"A gente precisa de remédio, alimentação, combustível para motor de popa, e água potável", diz o vice-cacique, Davi Camõc Krahô. Toda a dieta dos moradores está comprometida, já que os animas que alimentam a aldeia estão morrendo com a enchente.
Este não é o único ponto da região com problemas. No dia 27 de fevereiro, o Governo do Tocantins decretou situação de emergência em seis cidades por causa dos alagamentos.
A medida vale para Cristalândia, Dueré, Formoso do Araguaia, Lagoa da Confusão, Pium e Santa Rita do Tocantins.
Muitas lavouras e pastos estão alagados após as tempestades.
"Trabalha o ano todo, né? Chegar no tempo de colher e aí acontece", lamenta o agricultor Silvio dos Santos.
Em Lagoa da Confusão, o problema ficou mais grave depois que uma cratera foi aberta em uma estrada estadual que liga a zona rural a cidade.
Um fazendeiro é suspeito de fazer o serviço para escoar a água de uma plantação de arroz alagada.
Pelo menos 180 alunos da zona rural de Formoso do Araguaia estão sem estudar por causa das condições das estradas. As aulas foram suspensas pela prefeitura do município após as chuvas transformarem o caminho em um atoleiro.
"O que a gente pode fazer pros filhos da gente estudar nessas condições?" Se pergunta a dona de casa Deuselina Oliveira.
Sobre a situação da aldeia, a Funai informou que uma equipe da Coordenação Regional Araguaia-Tocantins irá ao local neste sábado (3) levando alimentos, água potável e combustível para os atendimentos iniciais.
Os profissionais farão o acompanhamento para a retirada dos indígenas para um local seguro.